Oração da Esperança



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Esta oração, transmitida por Bezerra de Menezes ao médium Divaldo Franco, traduz a preocupação do Plano Espiritual com os sentimentos das pessoas envolvidas em tragédias coletivas, como a que presenciamos no Rio de Janeiro nesta última semana.

De modo geral as pessoas choram e lamentam os mortos. Nós espíritas sabemos que os mortos são amparados pelos Benfeitores Espirituais, principalmente quando são crianças a desencarnar dessa forma tão violenta.

É normal, portanto, que choremos pelos mortos; no entanto, devemos chorar também pelos vivos, já que estes deverão suportar a dor da separação sem qualquer aviso prévio. Todos ficamos abalados e pregando a Deus para que esses tristes fatos nunca mais aconteçam e que Ele nos preserve dessa dor tão profunda.

Mas, ao chorar pelos mortos, não podemos nos esquecer dos algozes, dos responsáveis por provocar essa dor tão profunda nas famílias envolvidas e em todas as pessoas que vivem em torno do ponto central dessa tragédia.

Vamos parar e refletir por um momento e nos perguntar qual a razão de alguém decidir se tornar o ator principal de uma tragédia como essa; por que um jovem calado, solitário, sem amigos, vivendo longe dos familiares, resolve invadir a escola onde estudou e matar a sangue frio tantas crianças indefesas, que nenhum mal lhe causaram? Nós só conhecemos o resultado de seus atos e não temos as respostas a todas essas perguntas neste momento; desse modo, só temos uma alternativa: ORAR POR ELE, como nos aconselha Bezerra de Menezes, pois os algozes são os que mais precisam de nossas orações. Oremos e enviemos vibrações de amor pelas vítimas da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, Rio de Janeiro, e também por seu algoz, para que todos sejam amparados pelos Benfeitores Espirituais.

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Senhor!

Os homens reunem-se no mundo pra pedir, reclamar, maldizer; legiões humanas devotadas a fé entregam-se para que as comandes; multidões sintonizam contigo buscando servir-Te.

Permite-nos, agora, um espaço para a gratidão por estes dias de entendimento fraternal, vividos na Casa que nos emprestastes para o planejamento das atividades evangélicas do futuro. Como não estamos habituados a agradecer e louvar sem apresentar o rol de nossas súplicas, permite-nos fazê-lo de forma diferente.

Quando, quase todos pedem pelos infelizes, nós nos atreveremos a suplicar pelos infelicitadores; quando os corações suplicam em favor dos caídos, dos delinqüentes, dos que se agridem, nós nos propomos a interferir em benefício dos que fomentam as quedas, os delitos e a violência; quando os pensamentos se voltam para interceder pelos esfaimados, os carentes, os desiludidos, nós nos encorajamos a formular nossas rogativas por aqueles que respondem por todos os erros que assolam a Terra, estabelecendo a miséria social, a falência e a derrocada nas rampas éticas do comportamento.

Não Te queremos pedir pelas vítimas de todos os matizes, senão, pelos seus algozes, os que entenebreceram os sentimentos, a consciência e a conduta, comprazendo-se, quais chacais, sobre os cadáveres dos vencidos.

Tu que és o nosso Pastor e prometestes apoio a todas as ovelhas, tem misericórdia deles, os irmãos que se cegaram a si mesmos e, ensandecidos, ateiam as labaredas do ódio na Terra e fomentam as desgraças que dominam o mundo.

Tu podes fazê-lo, Senhor, e é por isto que, em Te agradecendo todas as dádivas da paz que fruímos, não nos podemos esquecer desses que ardem nas labaredas cruéis da ignorância, alucinados pelos desequilíbrios que os tornam profundamente desditosos.
Retira dos nossos sentimentos de amor a cota melhor e canaliza-a para os irmãos enlouquecidos na volúpia do prazer, que enregelaram o coração longe dos sentimentos de humanidade e que terão de despertar, um dia, sob o látego da consciência que ninguém poupa.

Porque já passamos, em épocas remotas, por estes caminhos, é que Te suplicamos por eles, os irmãos infelizes que desconhecem a própria desdita.

Quanto a nós, ensina-nos a não fruir de felicidade enquanto haja na Terra e na Pátria do Cruzeiro os que choram, os que se debatem nos desvãos da perturbação, e consciente ou inconscientemente Te negam a sabedoria, o amor e a condução de ternura como Pastor de nossas vidas.

Quando os Teus discípulos, aqui reunidos, encerramos esta etapa, damo-nos as mãos, e, emocionados, repetimos como os mártires do passado:

- Ave Cristo! Em Tuas mãos depositamos nossas vidas, para que delas faças o que Te aprouver, sem nos consultar o que queremos, porque só Tu sabes o que é melhor para nós...

Bezerra de Menezes

Fonte: CD "A Prece Segundo os Espíritos - vol. 2" - Divaldo Pereira Franco

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