O Espiritismo é a ciência de toda a luz; feliz da sociedade
que o puser em prática! Somente então a idade de ouro, ou, melhor, a era do
pensamento reinará entre vós. E não penseis que por isto tereis menos
compensações terrenas; muito ao contrário, tudo será felicidade para vós,
porque nesse tempo a luz vos fará ver a verdade sob um clarão mais agradável. O
que os homens ensinarão não será mais essa ciência capciosa, que vos faz ver,
sob a máscara enganadora do bem geral, ou de um bem por vir, no qual, muitas
vezes, os próprios mestres não têm nenhuma confiança, a mentira e a cupidez, a
vontade de tudo ter, em proveito de uma seita e, algumas vezes até, em proveito
de um só. Por certo os homens não serão perfeitos; mas, então, o falso será tão
restrito, os maus terão tão pouca influência, que serão felizes na sua minoridade.
Nesses tempos, os homens compreenderão o trabalho e todos alcançarão a riqueza,
porque não desejarão o supérfluo senão para fazer grandes obras em proveito de
todos. O amor, esta palavra tão divina, não mais terá a acepção impura que lhe
atribuís. Todo sentimento pessoal desaparecerá, ante esse ensinamento tão suave,
contido nestas palavras do Cristo: Amai-vos uns aos outros, como a vós mesmos.
Chegados a esta crença, todos sereis médiuns; desaparecerão
todos os vícios que degradam vossa sociedade; tudo se tornará luz e verdade. O
egoísmo, este verme roedor e retardador do progresso, que asfixia todo
sentimento fraterno, não terá mais domínio sobre as vossas almas; vossas ações
não mais terão por móvel a cupidez e a luxúria; amareis vossa mulher, porque ela
terá uma alma boa e vos quererá, em vós divisando o homem escolhido por Deus,
para proteger sua fraqueza; ambos vos auxiliareis a suportar as provas terrenas
e sereis os instrumentos votados à propagação de seres destinados a
melhorar-se, a progredir, a fim de chegarem a mundos melhores, onde, por um trabalho
mais inteligente ainda, havereis de alcançar o nosso supremo benfeitor.
Ide, espíritas! Perseverai; fazei o bem pelo bem; desprezai
suavemente os gracejadores; lembrai-vos de que tudo é harmonia em a Natureza,
que a harmonia está nos mundos superiores e que, malgrado certos Espíritos
fortes, tereis também a vossa harmonia relativa.
São Luís
Fonte: Revista Espírita - Agosto de 1860
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