Convocação - Mensagem de Bezerra de Menezes em Julho/2011


Nós fomos chamados por Jesus para tornar o mundo melhor.

Não foi por acaso que na hora última a voz do Divino Pastor chegou até nós.

Não nos encontramos no mundo assinalados apenas pelos delitos e os erros pretéritos, somos os Servos do Senhor em processo de aperfeiçoamento para melhor servi-lo.

Nem a jactância dos presunçosos, nem a subestima dos que preferem a acomodação.

Servir, meus filhos, com a instrumentalidade de que disponhamos é o nosso dever.

Observamos que a seara cresce, mas os trabalhadores não se multiplicam geometricamente como seria de desejar, porque estamos aferrados aos hábitos doentios, que no momento da evolução antropológica, serviram-nos de base para a transformação do instinto em emoção edificante .

A maneira mais segura de preservar os valores do Evangelho de Jesus em nós é através da vinculação mental com o Nosso Condutor.

Saiamos da acomodação justificada de maneira incorreta para a ação.

Abandonemos as reações perturbadoras e aprendamos as ações edificantes.

Sempre dizemos que necessitamos de Jesus, sem cuja Misericórdia estaríamos como náufragos perdidos na grande travessia da evolução, mas tenhamos em mente que Jesus necessita de nós, porque enquanto falamos a Ele pela oração Ele nos responde pela inspiração.

Ele age pelos nossos sentimentos através das nossas mãos. Sejam as mãos que ajudam, abençoadas em grau mais expressivo do que os lábios que murmuram preces contemplativas.

A nossa postura no mundo neste momento é de misericórdia.

Que nos importem os comentários deprimentes a nosso respeito, se valorizamos o mundo, respeitando os seus cânones e paradigmas? Não nos preocupemos com que o mundo pensa e fala de nós através de outros corações...

Mensagem de Bezerra de Menezes em 26/08/1999

Amigos, segue uma mensagem do espírito Bezerra de Menezes através da Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, na palestra "A Velhice e o Triunfo da Vida", proferida no Grupo Espírita André Luiz - Rio de Janeiro/RJ em 26 de Agosto de 1999.



OS QUINHENTOS DA GALILÉIA

Depois do Calvário, verificadas as primeiras manifestações de Jesus no cenáculo singelo de Jerusalém, apossara-se de todos os amigos sinceros do Messias uma saudade imensa de sua palavra e de seu convívio. A maioria deles se apegava aos discípulos, como querendo reter as últimas expressões de sua mensagem carinhosa e imortal.

O ambiente era um repositório vasto de adoráveis recordações. Os que eram agraciados com as visões do Mestre se sentiam transbordantes das mais puras alegrias. Os companheiros inseparáveis e íntimos se entretinham em longos comentários sobre as suas reminiscências inapagáveis.

Foi quando Simão Pedro e alguns outros salientaram a necessidade do regresso a Cafarnaum, para os labores indispensáveis da vida.

E, breves dias, as velhas redes mergulhavam de novo no Tiberíades, por entre as cantigas rústicas dos pescadores.

Cada onda mais larga e cada detalhe do serviço sugeriam recordações sempre vivas no tempo. As refeições ao ar livre lembravam o contentamento de Jesus ao partir o pão; o trabalho, quando mais intenso, como que avivava a sua e recomendação de bom ânimo; a noite silenciosa reclamava a sua bênção amiga.

Embebidos na poesia da Natureza, os apóstolos organizavam os mais elevados projetos, com relação ao futuro do Evangelho. A residência modesta de Cefas, obedecendo às tradições dos primitivos ensinamentos, continuava a ser o parlamento amistoso, onde cada um expunha os seus princípios e as suas confidências mais recônditas. Mas ao pé do monte o Cristo se fizera ouvir algumas vezes, exaltando as belezas do Reino de Deus e da sua justiça, reunia-se invariavelmente todos os antigos seguidores mais fiéis, que se haviam habituado ao doce alimento de sua palavra inesquecível. Os discípulos não eram estranhos a essas rememorações carinhosas e, ao cair da tarde acompanhavam a pequena corrente popular pela via das recordações afetuosas.

Falava-se vagamente de que o Mestre voltaria ao monte para despedir-se. Alguns dos apóstolos aludiam às visões em que o Senhor prometia fazer de novo ouvida a sua palavra num dos lugares prediletos das suas pregações de outros tempos.

Numa tarde de azul profundo, a reduzida comunidade de amigos do Messias, ao lado da pequena multidão, reuniu-se em preces, no sítio solitário. João havia comentado as promessas do Evangelho, enquanto na encosta se amontoava a assembléia dos fiéis seguidores do Mestre.

Viam-se, ali, algumas centenas de rostos embevecidos e ansiosos. Eram romanos de mistura com judeus desconhecidos, mulheres humildes conduzindo os filhos pobres e descalços, velhos respeitáveis, cujos cabelos alvejavam de neve dos repetidos invernos da vida.

Arrependimento e paz



Num intervalo das agudas perseguições, retornando da Samaria, onde falara para muitos conversos e curara com João, Pedro foi procurado por um jovem, que trazia o corpo coberto de pústulas nauseantes, no afã da Casa do Caminho, sempre repleta de necessitados.
Desfigurado pela inflamação da face, eram apenas os olhos miúdos que brilhavam e a voz rouca suplicando comiseração.
Quando o Apostolo se aproximou, o enfermo prosternou-se, e exclamou:
- Homem santo de Deus!
Pedro interrompeu-o com veemência:
- Sou apenas homem impuro como tu...
- Mas podeis curar-me - choramingou o visitante em desequilíbrio - Eu acabo de ser expulso da cidade, do convívio dos sãos, em razão da lepra que me devora o corpo e a infeliz...
Não pode prosseguir. Quase em convulsão, tartamudeou:
Tudo começou... no templo... no apedre... jamento.
Pedro quase recuou horrorizado. Recordava-se daqueles olhos perversos, frios, e dos gritos do agitador, que conclamava a turba em fúria para a lapidação de Estevão. Jamais o esqueceria. Era jovem e guapo, ágil e violento. Gargalhava e apedrejava o prisioneiro indefeso. Apiedara-se dele a partir daquele momento.
Pedro conhecia a força do choque de retorno nas carnes, da própria alma. Orou por ele, então, naquela ocasião, e agora ele estava ali suplicante.
- Que te aconteceu?! - Indagou, compungido.
- Não vos recordais de mim?! - Interrogou, desconsolado - Apedrejei e conduzi a malta contra o vosso irmão até a sua morte, há pouco tempo...
Fez-se grande e dorido silêncio, que ele quebrou, dando prosseguimento:
- A partir daquele dia - ainda me recordo da mirifica luz que vi brotar do mártir antes de morrer - perdi a alegria barulhenta de viver, eu que, alucinado, já não tinha paz. Os seus olhos em chama e em tranquilidade, desvairavam-me. Tropecei no arrependimento mais cruel e fugi para a embriaguez dos sentidos, a que já me acostumara...

PRECE DOS AFLITOS



“Senhor Deus, pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos,
Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor.
Embora a miséria amarga
Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro
Clamamos por vosso amor!

O Evangelho e o Futuro




Raças e povos ainda existem que o desconhecem, porém não ignoram a lei de amor da sua doutrina, porque todos os homens receberam, nas mais remotas plagas do orbe, as irradiações do seu Espírito misericordioso, através das palavras inspiradas dos seus mensageiros.
O Evangelho do Divino Mestre ainda encontrará, por algum tempo, a resistência das trevas. A má-fé, a ignorância, a simonia, o império da força conspiração contra ele… Mas tempo virá em que a sua ascendência será reconhecida. Nos dias de flagelo e de provações coletivas, é para a sua Luz Eterna que a Humanidade se voltará, tomada de esperança.
Então, novamente se ouvirão as palavras benditas do Sermão da Montanha e, através das planícies, dos montes e dos vales, o homem conhecerá o Caminho, a Verdade, a Vida.
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo Espírito EMMANUEL
Mensagem recebida em 21-9-1938.
(Livro: Emmanuel)