REENCARNAÇÃO: modo de resolver problemas de outras vidas


Lendo o livro de Hermínio C. Miranda Nossos Filhos são Espíritos, encontrei casos interessantes sobre a reencarnação, nos quais o autor prova que o feto não é uma coisa, como muitos pensam. O feto é gente, como nós; é um Espírito, exatamente como nós; embora no início ele seja um mero ajuntamento das duas ou quatro células, na realidade ele é um espírito adulto e consciente, dotado de todo um acervo de experiências anteriores, vividas em outras existências terrenas. 

Um dos casos relatados no livro do Hermínio, como o que vou transcrever abaixo, explica a razão de abortos espontâneos, demonstrando que, por vezes, é o próprio Espírito quem reluta em aceitar renascer em determinada família, onde entrará em contato com velhos adversários e precisará resolver conflitos antigos que ficaram pendentes. 

Vejamos o caso.
*** 

A filha recém-casada de um amigo meu estava tendo problemas com a gravidez. Embora desejosa de ter filhos, acabava abortando (involuntariamente, é claro). Parece que o espírito (ou espíritos) reencarnante estava um tanto indeciso, inseguro ou te­meroso. Em decorrência do trabalho de que eu participava semanalmente num grupo mediúnico, fiquei sabendo algo da história pre­gressa daquele núcleo familiar. Em outros tempos, na Europa do século 16, o atual pai da moça, meu amigo, fora uma figura de certo relevo na política e recebera para acabar de criar e educar, sob condições que não me ficaram claras, uma menina, filha de alguém que confiou nele para essa delicada tarefa. Também não fiquei sa­bendo, ao certo, o que ocorreu, mas o suficiente para concluir que o tutor não deu conta satisfatória da sua tarefa, causando profundo desgosto ao pai da menina. Decorridos os anos normais da existência, todos eles morreram e as questões sob o ponto de vista humano, ficaram, aparentemente resolvidas, como pensa muita gente. Mas não é assim que se passam as coisas além dos nossos insuficientes cinco sentidos. 

Passado o tempo — séculos, no caso —, a menina confiada ao eminente político renasceu como filha deste, agora vivendo no Brasil. Ficamos com o direito de imaginar que como ele não dera conta razoável de seu encargo de tutor, na Europa, há cerca de quatro séculos, resolvera assumir a integral responsabilidade de pai da menina, em nova existência. Aí foi a vez do antigo pai da menina, lá, também renascer como filho de sua antiga filha e, portanto, como neto do homem importante a quem ele confiara sua menina. Estão entendendo a trama? 

Esse foi o esquema armado para resolver o conflito criado entre eles e que permanecera sem solução. O problema é que o homem ficara tão magoado com a pessoa a quem entregara sua filha que agora relutava em aceitá-lo como avô. Será que ele não iria causar-lhe outro desgosto? 

Nesse ínterim, a filha do meu amigo ficara grávida novamente e outra vez corria o risco de perder a criança por um aborto involuntário. Como eu, indiretamente, soubesse das razões de todo aquele drama de bastidores, mandei um recado um tanto enigmático para meu amigo, futuro vovô, mas que ele entendeu perfeitamente. O teor do recado era mais ou menos o seguinte: 

“Amigo, o espírito que está para renascer como seu neto sente-se temeroso porque, no passado, teve problemas com você. Procure ‘conversar’ mentalmente com ele, dizendo-lhe que tudo passou e que você o receberá, hoje, com muita alegria e amor. Diga-lhe que confie e venha em paz. 

Daí em diante, as coisas correram bem. A gravidez teve bom termo e o garoto nasceu forte e bonitão. Diz-me o avô que se dão muito bem... 

*** 

Fonte: livro Hermínio C. Miranda Nossos Filhos são Espíritos, Editora 3 de Outubro.

Nenhum comentário: