Paulo, um homem em Cristo.



“Mas pela graça de Deus, sou o que sou.”
(I Coríntios, 15:10.)

Comecemos por Paulo e com Paulo.
Deixemo-lo falar-nos à sensibilidade.
Concedamos largo espaço à emoção.
Mas não nos permitamos desviar pelo prazer que nos propicia a beleza da forma; intuamos, para mais além, a majestade do panorama que se nos descortina e sintamos as potências da vida pulsando num coração verdadeiramente heroico.

“São hebreus? Também eu;
são israelitas? Também eu;
são descendência de Abraão? também eu;
São ministros do Cristo? (falo como insensato), eu ainda mais;
em trabalhos, muito mais;
em prisões, muito mais;
em açoites, infinitamente mais;
em perigo de morte, muitas vezes.
Cinco vezes recebi dos judeus quarenta golpes menos um.
Três vezes fui açoitado em varas;
uma vez fui apedrejado;
três vezes naufraguei;
uma noite e um dia passei perdido em alto mar.
Em viagens sem-número,
exposto aos perigos dos rios,
perigos dos salteadores,
perigos da parte de meus patrícios,
perigos da parte dos gentios,
perigos nas cidades,
perigos nos desertos,
perigos no mar,
perigos da parte de falsos irmãos!
Ainda mais! os trabalhos,
as fadigas,
as numerosas vigílias,
a fome e a sede,
os múltiplos jejuns,
o frio e a nudez!
E sem falar de outras coisas;
Minha preocupação quotidiana,
a solicitude que dedico a todas as comunidades.
Quem fraqueja, sem que eu me sinta fraco?
Quem cai, sem que um fogo me abrase?
Se é preciso gloriar-se, de minha fraqueza é que me gloriarei.
O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
que é eternamente bendito,
sabe não falto com a verdade.”*

*II Coríntios, 11:22 a 31. Adaptação livre do texto evangélico.

Fonte: início do primeiro capítulo do livro "Paulo, Um homem em Cristo".
Autor: Ruy Kremer
Editora: FEB

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