NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS



Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra

Não julgueis, a fim de não serdes julgados; porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que vos tenhais servido para com os outros. Mateus, 7:1-2
Então, os escribas e os fariseus lhe trouxeram uma mulher que fora surpreendida em adultério e, pondo-a de pé no meio do povo, disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher acaba de ser surpreendida em adultério; ora, Moisés, pela lei, ordena que se lapidem as adúlteras. Qual sobre isso a tua opinião?” Diziam isto para o tentarem e terem de que o acusar. Jesus, porém, abaixando-se, entrou a escrever na terra com o dedo. Como continuassem a interrogá-lo, ele se levantou e disse: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.” Em seguida, abaixando-se de novo, continuou a escrever no chão. Quanto aos que o interrogavam, esses, ouvindo-o falar daquele modo, se retiraram, um após outro, afastando-se primeiro os velhos. Ficou, pois, Jesus a sós com a mulher, colocada no meio da praça.
Então, levantando-se, perguntou-lhe Jesus: “Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?” 
Ela respondeu: “Não, Senhor.” 
Disse-lhe Jesus: “Também eu não te condenarei. Vai-te e de futuro não tornes a pecar.” João, 8:3-11
Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo X, itens 11-13

Essas duas passagens do Evangelho nos trazem vários ensinamentos.

Pequena nota sobre o direito a viver

Autor: Ministro Aposentado do STF Eros Roberto Grau



Inventei uma história para celebrar a Vida. Ana, filha de família muito rica, apaixona-se por um homem sem bens materiais, Antonio. Casa-se com separação de bens. Ana engravida de um anencéfalo e o casal decide tê-lo. Ana morre de parto, o filho sobrevive alguns minutos, herda a fortuna de Ana. Antonio herda todos os bens do filho que sobreviveu alguns minutos além do tempo de vida de Ana. Nenhuma palavra será suficiente para negar a existência jurídica do filho que só foi por alguns instantes além de Ana.

A história que inventei é válida no contexto do meu discurso jurídico. Não sou pároco, não tenho afirmação de espiritualidade a nestas linhas postular. Aqui anoto apenas o que me cabe como artesão da compreensão das leis. Palavras bem arranjadas não bastam para ocultar, em quantos fazem praça do aborto de anencéfalos, inexorável desprezo pela vida de quem poderia escapar com resquícios de existência e produzindo consequências jurídicas marcantes do ventre que o abrigou. 

Matar ou deixar morrer o pequeno ser que foi parido não é diferente da interrupção da sua gestação. Mata-se durante a gestação, atualmente, com recursos tecnológicos aprimorados, bisturis eletrônicos dos quais os fetos procuram desesperadamente escapar no interior de úteros que os recusam. Mais “digna” seria a crueldade da sua execução imediatamente após o parto,mesmo porque deixaria de existir risco para as mães. Um breve homicídio e tudo acabado.

Vou contudo diretamente ao direito, nosso direito positivo. No Brasil o nascituro não apenas é protegido pela ordem jurídica, sua dignidade humana preexistindo ao fato do nascimento, mas é também titular de direitos adquiridos. Transcrevo a lei, artigo 2o do Código Civil:
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

O VASO

Conta-se que certa vez, grande seca se abateu sobre um reino distante, trazendo o flagelo da fome. Sem alimento as famílias começaram a adoecer, perecendo a cada dia. Penalizado, o bondoso rei tomou de um vaso de barro e o encheu com água que brotava de uma fonte sagrada. Chamou dois servos e lhes disse:

- Entrego-lhes este vaso com água, a fim de aliviarem a sede do povo. Confio a vocês, a tarefa de percorrer as aldeias, diminuindo a carência e reerguendo o ânimo dos sofredores. Enquanto servirem com amor, jamais faltará água no vaso. Agora vão e sejam fiéis. 

Os dois servos iniciaram a jornada cheios de entusiasmo. Pelo caminho, depararam com crianças doentes e mães aflitas, fustigadas pela sede e pela fome. 

Fiéis a tarefa, eles serviram a água, devolvendo esperança aos sofredores. Quanto mais ofereciam daquela água, mais brotava no vaso, de maneira que o recipiente estava sempre abastecido. 

A certa altura, porém os dois servidores começaram a desentender-se. 

Disputavam o direito de carregar o vaso. 

Divergiam quanto ao melhor caminho a trilhar. 

Discordavam sobre a quantidade de água a ser oferecida. 

Quando algum sofredor dirigia-se a algum deles, em tom de gratidão, o outro sentia-se espicaçado pelo ciúme. 


Se um criticava, o outro melindrava-se. 

Se um alterava o ritmo da marcha, o outro reclamava. 

Tanto se atritaram que, num momento de invigilância, o vaso escapou-lhes das mãos, espatifando-se no solo ressequido. 

Só então caíram em si e perceberam que haviam fracassado. Faltara-lhes fraternidade para cumprirem a tarefa. 

Sem outra alternativa, retornaram ao palácio, de mãos vazias e o coração cheio de remorso. E em silêncio ouviram do monarca:


- Se vocês houvessem se ocupado apenas em servir, com simplicidade e amor, não teriam fracassado. Enquanto gastavam o tempo em disputas mesquinhas, a fome e a sede avançavam. A tarefa ficou incompleta, porque vocês colocaram o EGO acima do dever. 

Terão que retornar, para completar o trabalho. 

Assim, os servidores receberam outro vaso, abastecido com água, e em silêncio puseram-se a caminhar ao encontro dos sofredores.

Na seara espírita, somos todos servos do bem, com a tarefa de levar a água da esperança aos que padecem no deserto das provas e expiações. A Providência Divina nos confia o vaso de recursos em diversas expressões. 

Este carrega a água da palavra esclarecedora. 

Aquele serve a água da consolação. 

Outros transportam a água do bom ânimo. 

Entretanto, se matamos o tempo em disputas injustificáveis, abrigando queixas, retardando o trabalho, e comprometendo a consciência, obrigamo-nos ao recomeço para que enfim aprendamos simplesmente a servir com amor.

Médium: Cleyton Levy - Espírito: Augusto - Centro Espírita Allan Kardec - Campinas - São Paulo/SP


Interpretação do texto:


O Rei é Deus. 


Os servos somos nós, ainda no Mundo Espiritual. 


O vaso é o corpo que recebemos para o trabalho no Mundo. 


A água é a tarefa que recebemos de Deus antes de reencarnar.


A desunião entre os servos são os melindres, os filhos do orgulho.


O vaso quebrado é a nossa morte, sem cumprir nossa tarefa.


Assim os servidores (os Espíritos, por não terem cumprido sua tarefa), receberam outro vaso (outro corpo), abastecido com água (com a tarefa), e em silêncio puseram-se a caminhar ao encontro dos sofredores.

O divórcio não é uma lei contrária às leis de Deus



“Não há nada imutável, a não ser o que procede de Deus” 

Allan Kardec

Os relacionamentos são construídos para durarem para sempre. Um casal namora, alguns noivam e depois casam. Com as mudanças na lei humana a união estável não precisa ser registrada em cartório para ter validade de um casamento, os direitos passam a ser os mesmo.

Geralmente as mulheres crescem pensando em casar, celebrar com uma cerimônia religiosa e civil, vestido de noiva, padrinhos, dama de honra, músicas escolhidas que recordem os momentos marcantes da relação e muitos outros detalhes que tornem a ocasião um momento especial.

O sonho de ter filhos e vê-los crescer, educá-los e direcioná-los nem sempre acontece. Muitos casais se divorciam no meio dessa jornada. É neste momento que começa também a divisão de bens e a disputa para ficar com a guarda dos filhos. 

O desgaste atinge crianças, familiares e amigos em comum. Divorciar é mais delicado do que casar. Os amigos aumentam, tornam-se comuns mas, na hora da separação, até aí existe uma modificação, pois alguns vão ficar mais próximos de um do que do outro amigo.

Allan Kardec, no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo diz que o divórcio não é uma lei contrária à lei de Deus. Tudo que é obra do homem está sujeito a mudanças. A lei da Natureza é a mesma em qualquer parte do mundo mas a humana é diferente, segundo a cultura de cada país.

AUTORIDADE EM NÓS MESMOS


Apreciando o problema daqueles que guardam no mundo as diretivas da experiência, não te fixes nos companheiros que trazem consigo a cruz do ouro e do poder.

Recordemos a esquecida autoridade que o Conhecimento Superior determina seja exercida por nós em nós mesmos.

Quase sempre, ensinamos a arte do pensamento nobre, receitando exercícios e regras aos amigos que nos perlustram a senda, guardando o próprio cérebro à feição de barco desgovernado, em cujas brechas ocultas penetram as sugestões da ignorância e da sombra.

Indicamos aos outros recursos e providências para que se mantenham indenes de todo mal, através da pureza dos olhos e dos ouvidos, empenhando as próprias percepções à triste aventura da leviandade e do desacerto que acaba sempre em crítica indébita ou na azedia destruidora.

Estruturamos planos para a boa palavra naqueles que nos cercam, sem refreiarmos o próprio verbo no galope insensato da crueldade, indicamos a fé e esperança para o ânimo alheio, a perder-nos no charco da negação e do derrotismo, exaltamos para ouvintes confiantes a excelência das horas, no capítulo do trabalho e realização, mergulhando as mãos no visco da inércia e pregamos a excelsitude da caridade para os amigos que nos rodeiam, a desfazer-nos em egoísmo e exigência.

Autoridade!... Autoridade!...

Dela abusaram todos os tiranos que fizeram da própria soberbia escuro resvaladouro para as trevas da criminalidade e da morte, e, dela, ainda hoje, nos valemos todos para acobertar as próprias fraquezas, sobrecarregando os ombros do próximo com fardos que somos incapazes de suportar.

Lembremo-nos, porém, de Jesus, no sublime governo da própria lama, passando entre os homens como a suprema revelação da Divina Luz, e, entesouraremos suficiente humildade para entregar a Deus todos os patrimônios que nos enriquecem a vida, aprendendo a disciplinar-nos para refletir-Lhe a Grandeza na condição abençoada de Filhos do Seu Amor.

Emmanuel

Fonte: livro Refúgio, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier

Aprendendo com as diferenças



Pensamos ser diferentes uns dos outros.

Somos muito bairristas, e achamos que nosso País é o melhor do Mundo; que nossa cidade é a melhor do Mundo; nosso time de futebol é o melhor do Mundo; nosso Planeta é o único habitado do Universo!

Olhamos só para o nosso umbigo e esquecemos que as diferenças entre os homens são apenas aparentes: diferenças de raça, sexo, cultura, costumes, língua, música, comida, etc...

Uma imensidão de diferenças!

Pensamos ser diferentes apenas porque uns são brancos e outros negros; porque uns são amarelos e outros vermelhos, em se tratando de raças.

E em matéria de religião, se sou espírita, outro é católico, luterano, batista, evangélico; um é judeu, outro é muçulmano; um é hinduista, outro é budista; e não podemos nos esquecer dos ateus, graças a Deus!

Se hoje sou espírita, e se não nasci em família espírita, é bem provável que, antes, eu tenha praticado outra religião e que talvez meus parentes hoje me considerem um ET, quando, na verdade, as religiões nada mais são do que formas diferentes de adorar a Deus.

É verdade que alguns o adoram com fanatismo e nem saibam porque e até pensem que religião é entrar num avião e derrubar um prédio, matar milhares de pessoas, para com isso ganhar um passaporte para o paraíso.

O missionário Allan Kardec


Allan Kardec insere-se no contexto dos homens e mulheres mais sábios do século XIX, devendo ser considerado membro da galeria dos notáveis de toda a história da Humanidade!

Ao serem programadas as festividades de nascimento desse discípulo de Jesus, que veio à Terra no dia 3 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, na França, devemos render tributo a esse missionário que foi Allan Kardec, Embaixador de Jesus e das hostes espirituais, encarregado de legar ao Mundo O Consolador prometido tantas vezes pelo Mestre!

Nós, os Espíritos-espíritas, hoje recordamos e saudamos o lutador invencível do Evangelho, que muito se sacrificou para nos legar essa magnificente doutrina que é o Espiritismo, em seus aspectos de Ciência que investiga, de Filosofia que responde com sabedoria às interrogações e de Religião que ilumina, conduzindo o Espírito consciente de suas responsabilidades a Deus! 

Glória, pois, a ti, Allan Kardec! 

Os beneficiários do teu esforço grandioso, encarnados e desencarnados, saudamos-te e homenageamos-te, rogando ao Criador que te abençoe sempre e sem cessar!

Tema Allan Kardec: O homem e o missionário, do livro: Espiritismo e Vida, Psicografia de Divaldo Franco, Espírito Vianna de Carvalho, p. 49-53:


Contribuição do apóstolo Paulo para a expansão do Cristianismo



Li pela primeira vez o livro Paulo e Estevão em 2009 e entendi que tudo o que nos contaram durante anos tratava-se de uma meia verdade. A igreja católica apoiou-se em Pedro para forjar uma religião cheia de dogmas e fazer dele o primeiro Papa. 

Ao ler o livro, entendi que Paulo, ao contrário do que muitos pensam, foi o maior responsável pela disseminação do cristianismo por todo o Império Romano, e não Pedro. Logo, Paulo deveria ter sido o primeiro Papa; mas, como podiam os criadores da Igreja Católica ignorar o fato de ter sido ele responsável pela morte de Estevão, o primeiro mártir do cristianismo nascente e esquecer que Paulo fora um perseguidor de cristãos? 

Na verdade, sem Paulo, o cristianismo talvez não tivesse sobrevivido a Jesus. O Mestre conhecia todos os apóstolos que convocou, sabia quão medrosos eles eram, e também que não entendiam a maior parte de seus ensinamentos. Muitos eram homens ignorantes, simples pescadores, temerosos e incapazes de suportar as mesmas dores que Jesus suportou. Mas amavam o Mestre com todas as fibras de seus corações e foram personagens importantíssimos do cristianismo. 

Jesus precisava, então, de um homem corajoso, inteligente e profundo conhecedor das leis de Deus para assumir a tarefa de difundir sua Boa Nova a todos. Esse homem só poderia ser Saulo de Tarso, que fora discípulo de Gamaliel, um doutor da lei magnânimo e bondoso, contrário a qualquer violência. 

Num primeiro momento, Saulo não entende os ensinamentos de Jesus e passa a perseguir de modo feroz seus seguidores, que chamava de neo-crucificados. Graças a essa perseguição ferrenha, os seguidores de Jesus fugiram de Jerusalém e espalharam-se por todos os cantos do Mundo Antigo, espalhando a Boa Nova. Essa foi a primeira contribuição de Saulo à expansão do cristianismo. Um bem resultando de um mal. 

A segunda contribuição deu-se a partir do momento que Jesus lhe aparece, a Caminho de Damasco, momento em que Saulo, instantaneamente, lembra do compromisso assumido quando se encontrava no Plano Espiritual, tanto que pergunta ao Mestre: 

Senhor, que queres que eu faça? 

A partir desse momento, Saulo transforma-se completamente e, graças a seu espírito universal, forjado em Tarso pelos ensinamentos dos mestres gregos, entende instantaneamente que Jesus não veio apenas para os hebreus, mas para todos, de forma indistinta, e sente que precisava sair pelo mundo divulgando a Boa Nova também aos gentios, ao contrário do que pensavam os primeiros apóstolos, que insistiam em converter seus irmãos de raça e em manter os costumes da religião judaica. 

As viagens que empreendeu, fundando igrejas, ensinando e levando a todos a mensagem do Evangelho de Jesus, fez com que o cristianismo florescesse por toda parte, chegando intacto até os nossos dias.

Anne Marie Lanatois