Carta de Allan Kardec a um detento.


Carta publicada pela revista Reformador de 1914, paginas 170 e 171.
 
Sr., Recebi a carta que me escrevestes e à qual sinto que as ocupações não me tenham permitido responder mais cedo. Apesar de meu silencio não podeis duvidar de todo o interesse que tenho em vossa situação, sendo, sobretudo, os excelentes sentimentos de que estais animada e nos quais, graças à nova luz que se fez para vós, não duvido que persistais. Continue, pois, a vos esclarecer, tanto quanto vossa posição o permite e encontrareis nessa santa doutrina e nos conselhos de vossos guias espirituais, as forças necessárias para resistir aos maus arrastamentos e a expiação terrestre aceita por vós com resignação cristã vos libertará das provas de outro modo muito penosas, que teríeis de sofrer sem volta sincera para Deus.
Imaginai que nunca é muito tarde para voltar ao bem e que Deus aceita todos os arrependimentos que partem do coração. Ele recebe com alegria a ovelha desgarrada que entra no aprisco e é isso sempre motivo de festa entre os Espíritos. Perseverai, pois, e quando deixardes a Terra para entrar em vossa verdadeira pátria, encontrá-los-eis à vossa chegada felizes por vos poderem estender os braços.
Oh! Então, de que alegria sereis penetrado, quando tiverdes saído do abismo em que alguns passos mais poderiam precipitar-vos, por muito longo tempo, por séculos talvez! Olhai para trás, e vossa vida passada não vos parecerá mais que um mau sonho. Quanto então agradecereis a Deus ter-vos enviado bons Espíritos para vos esclarecer e sustentar!
É já alguma coisa não praticar mais o mal e arrepender-se do que se fez; mas, para apagá-lo completamente, é preciso fazer o bem; ora, cada alma que tiverdes ajudado a entrar no bom caminho, vos será contada e ajuntará à vossa parte de felicidade futura alguma coisa, porque vos pagará em reconhecimento o serviço que lhe tiverdes prestado. 
Aquele que está sempre pronto a vos ajudar com seus conselhos, 
Allan Kardec.

Fonte: Blog História do Espiritismo

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