Oi Jesus, eu sou o Zé





Todos os dias, aquela mesma cena se repetia. Ao meio dia, um pobre homem entrava na igreja e, poucos minutos depois, saía.

As pessoas que passavam por ali todos os dias, no mesmo horário, talvez nem percebessem, mas aquelas mais atentas sabiam.

Cada dia, ao meio dia, um pobre homem entrava na igreja e, poucos minutos depois, saía.

Um dia, o sacristão já preocupado, lhe perguntou o que fazia, pois havia objetos de valor na igreja.

Eu?! É... eu venho rezar.

Mas, é estranho que você consiga rezar tão depressa.

Bem... Eu não sei rezar aquelas orações compridas. Mas todos os dias, ao meio dia, eu entro na igreja e falo: Oi Jesus, eu sou o Zé, vim lhe visitar. Num minuto já estou de saída. É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza de que Ele me ouve.

Oi Jesus, eu sou o Zé, vim lhe visitar.

Homem tolo mesmo, diziam uns...

Pensar que Jesus...


Alguns dias depois, Zé sofreu um acidente e foi internado em um hospital. Na enfermaria, passou a exercer influência sobre todos.

Os doentes mais tristes tornaram-se alegres. E naquele ambiente onde antes só se ouviam lamentos, agora muitos risos passaram a ser ouvidos.

Um dia, a enfermeira responsável aproximou-se do Zé e comentou:

Os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre, Zé...

É verdade. Estou sempre feliz sim, e sempre alegre. E posso falar uma coisa pra senhora? É por causa daquela visita que recebo todos os dias. Essa visita me faz muito feliz.

A enfermeira ficou intrigada. Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia. Aquele era um homem solitário, sem ninguém.

Quem o visita, Zé? E a que horas?

Bem, senhora, todos os dias, ao meio dia, Ele vem ficar ao pé da cama por alguns minutos, talvez segundos... Quando olho pra Ele, Ele sorri e me diz: "Oi Zé, eu sou Jesus, vim te visitar."

Fonte: Textos do Teatro da  Federação Espírita do Paraná

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